segunda-feira, 26 de novembro de 2007
O mundo vermelho de cada dia
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Memórias de um átomo
como começaria as suas memórias?
Falaria do passado para justificar o que se é?
Ou daria um pulo para o futuro a fim
de mudar e mudar e mudar?
Se fosse mais que um átomo saberia
responder de que se trata a questão
ou continuaria no beco humano
do dia-a-dia?
Se encontrasse um próton e um nêutron,
deixaria um elétron entrar no elo, ou o expulsaria
com eletrochoques?
Se fosse além de uma partícula e reorganizasse o cosmo
e suas explosões, seria mais feliz ou continuaria sendo
sempre o mesmo atônito e atômico ser?
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
sábado, 3 de novembro de 2007
Se for possível
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
No quarto andar
feito o tecido
esburacado.
O menino de lá para cá
procurando
a quem não
acha e nem sabe
o porquê.
A mãe empurrando o sono
atrasado
enquanto a louça
vai sendo depositada na pia.
E o cachorro na janela
certo de que lá fora
caminham os gatos
que ele gostaria de ser.
Dia dos mortos
Bomba caseira em bairro de classe média
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
O imbecil do leite
terça-feira, 30 de outubro de 2007
Bonequinha de Lixo
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Quem sabe um dia?
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Detesto com D maiúsculo
medusa
santa catarina
garotas de ipanema
miúdos de galinha
acordar cedo
esmalte escuro
loira de farmácia
cheiro de cerveja
estacionar
bagunça
sujeira
matemática
prepotência
música sertaneja
grosseria
burrice
bêbados
drogados
impotência
puxa-sacos
submissos
sapato apertado
resfriado
música alta
traça
barulhos
misticismo
moralismo
preconceitos
fofoca
msn
gente virtual
gente imoral
kanuh
e
francisford.
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Blogueiro com a cabeça no lugar
blogueando com luvas de pelica
a criminalidade floresce sempre no mesmo lugar.
Tropa de elite e bolsa de onçinha,
invadindo, roçando e manipulando,
quando a ficha cai,
eles querem calar a boca.
Atirando pedras na vidraça da casa branca,
detalhes que os blogs de esquerda gostam de ocultar,
simples: copia e cola,
com medo do bicho papão
a farsa antiprivatista.
Fuzilar é preciso?
Monitorando o ribimboca,
a pessoa que você ama é 72% água!
Receita número 1
Ingredientes :
1 galinha, ou um frango ou um GALO ;
0,5 dl de azeite ;
3 colheres ( sopa ) de vinagre ;
1 cebola grande ;
2 dentes de alho ;
100 gr de toucinho ;
1 folha de louro ;
1 malagueta ;
1 tigela de arroz ;
Sal q.b.
Confecção :
Aproveite o sangue da galinha, frango ou GALO deitando-o numa tigela com três colheres de sopa de vinagre para que não coalhe. Numa panela, ponha a refogar no azeite a cebola e os alhos picados. Junte-lhe a carne cortada aos bocados pequenos e os miúdos ( excepto o fígado ), o toucinho cortado, o louro e a malagueta cortada ao meio.Refogue tudo, tempere com sal e deixe estufar em lume brando. Cubra a carne com água quente, tape a panela e deixe cozer até ficar macia. Depois de cozida retire-a e rectifique a água para que fique na proporção de 3/1 para a cozedura do arroz. Assim que levantar fervura junte o arroz.Três ou quatro minutos antes de ficar pronto junte o sangue, misture-o bem, junte também a carne e deixe apurar.
Pela semana
Ontem: Tantas vozes ao mesmo tempo roubam o significado de cada palavra. Feito tambores, incomodam os meus ouvidos enquanto me lembram de ser um soldado. Eu devo ser um soldado e tenho de construir a minha própria trincheira, um buraco para a falsa impressão de segurança que a vida e que as outras pessoas nos emprestam.
Hoje: sorrindo, ele diz - uma mentira dita várias vezes se torna uma realidade-. Depois completa com a pérola de plástico - cada um coloca o que quer onde acha que deve colocar-. Eu estico as pernas e os braços, bocejo e nem me espanto por não sentir um choque.
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
O punhal que habita o meu lar
corta o avesso
sem perceber o direito
afia a dor
confiando na lâmina
que o cega.
O punhal que habita o meu lar
precisa partir em duas
a fúria
sair de férias
ou de licença
para trazer de volta
o que um dia
amou sem saber
o que sentia.
Uma vida em meio a farofas
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Um pouco perdidos
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
É preciso saber viver
"Quem espera que a vida
seja feita de ilusão
pode até ficar maluco
ou morrer na solidão
é preciso ter cuidado
pra mais tarde não sofrer
é preciso saber viver
Toda pedra no caminho
você pode retirar
numa flor que tem espinhos
você pode se arranhar
se o bem e o mal existem
você pode escolher
é preciso saber viver."
(Titãs)
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Na multidão
Estive no centro da cidade. Fui comprar tecidos e linhas para costurar um Salsicha e um vilão. O meu pequeno bípede quer fazer marionetes. Tem de fazer para uma atividade da escola. Eu como uma convicta bípede materna, coloco minhas habilidades para trabalhar. A noite vai ser engraçada. Vamos recortar e costurar até ficar bom, porque o meu bipedezinho é exigente; tem refinado senso estético para tão pouco tamanho e fica horrorizado diante do enigma do complexo da garota de Ipanema. Nem ele, nem eu compreendemos o que move montanhas de mulheres e silicones pela cidade. De vez em quando, ele grita: mãe, vi uma vovó fantasiada de Barbie. Gosto e critica herdados de mim. Um viva para nós! E um viva para o centro da cidade. Não é limpo. É bagunçado. Tem ambulante gritando corre, corre, polícia! E tem, também, ambulante gritando pega, pega, ladrão. Tanta gente, tantas etnias. Na Dr. Flores, caminhavam quatro homens vestidos a La Bin Laden. Na porta do táxi lotação, um rapaz falava o quanto quer ser despedido e não consegue. Eu só observando, registrando os rostos e os cheiros irresistíveis de tão cheios de verdades.
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Todo amor que houver nessa vida
Segue a letra da música. Com certeza, existem os que podem ouvi-la mesmo sem o som.
Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia
E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia
E se eu achar a sua fonte escondida
Te alcance em cheio o mel e a ferida
E o corpo inteiro feito um furacão
Boca, nuca, mão, e a tua mente, não
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria.
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Aplausos
terça-feira, 18 de setembro de 2007
Mais ou menos assim
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J.Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história porque não tinha Internet.
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
O caráter íntimo da dor
Sair da desvantagem para um recanto onde não existe nada.
Abandonar o baralho imperfeito, mesmo sentindo uma nítida pontada.
Esconder a vaidade ferida em sua memória de longo alcance, protegendo a raiz de meu mundo.
Longe da sensação de violência iminente, deslocar a consciência súbita do divertimento insensível.
De modo reservado e descolorido, invisível ao bote inevitável e aos buracos de olhos tingidos, descobrir o que me salva e sobre o que há escolha.
Não me acostumar com o perigo. Não habitar a proximidade, nem perder a noção de alguma linha sagrada.
Preservar o desejo de não ser um humano logrado.
Em uma ilha de repouso, não me afastar da essência.
Ao som dos temores nunca mencionados, diminuir a distância dos passos movediços, das reedições e suas conseqüências.
Sem a intenção de ser justa, esmagar o mal e não desligar a bondade.
Bater de porta em porta à procura do amor extraviado, da marca da diferença e da circunferência de meu deserto.
Como em uma linha de apoio e de identidade, antídoto da anestesia que lateja a dor refinada em vermelho, registrar a devastação e a hemorragia, congelando o horror de ser atacada em casa e não na selva por alguma fera.
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Pedras e mais pedras
Sempre em frente
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Sobre a dor
Pode ser pálida por falta de vida.
Vermelha e líquida por rebelião.
Pode ser escura e fatal como um final infeliz.
A dor pode viver escondida,
roendo a existência e as relações.
Mas pode ser leal a seu dono
e gritar e emergir para protegê-lo.
Pode ignorar os clichês
e andar de mãos dadas com os dias
feito um cubo mágico do amor.
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Líquida e vermelha
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
Inacabado pessoal
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
Medos
domingo, 2 de setembro de 2007
Vai e vem
Nada de mais
A divina comédia de não estar no meio do caminho. De não ser poeta, nem esperta e de ter de reeducar outra vez uma das pernas. Os ouvidos fartos de tantos sons. A boca cansada de tantas palavras. Ei, alô, o que é isso? Gente dizendo eu te amo e não te amo e perguntando você me ama e não me ama e o bem-me-quer, mal-me-quer de flores que nunca são colhidas. Você querendo apenas concentrar-se um pouco em si. Nada de mais. Mas também nem de menos. Um pouco de ar ou de infância. Um copo de leite fresco na ausência de um colo sólido. Um tapete mágico e macio nos tombos. Sentir-se menos exigida, entrando em férias de quem quer que habite em si. Talvez, uma imersão em uma sala escura de já demolido cinema. Da época em que, nas ruas, caminhavam feito irmãs a realidade e a harmonia.
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Submissão
terça-feira, 21 de agosto de 2007
Escadaria
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Tique-Taque
sábado, 11 de agosto de 2007
Soldado obediente
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
Um único líquido
capinando sol, aguando aqui.
Cada um é de um jeito.
Ou são todos iguais?
Na garrafa depositam um único líquido,
gelado ou aquecido.
Uns se embebedam,
outros se ignoram
e não param de rir.
Martelam maldades
por falta de pregos e vontade.
Nem samba, nem dança
para palhaço, de preto e branco,
primeiro ou quinto, sim,
tanto faz, vestir.
A ordem revela as dores,
pigmenta a memória
e esfacela,
pintada e violenta,
a face
da criatura
dispersa
quieta
e
com um fim.
segunda-feira, 30 de julho de 2007
Caça palavras
quarta-feira, 25 de julho de 2007
De amor e de aço
domingo, 22 de julho de 2007
Caixa de silêncio
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Espelho Retrovisor
terça-feira, 26 de junho de 2007
O pomar de seu sangue
as mulheres surgem na tela.
Afrodite, Dudinha, Loira Gaúcha.
A bípede derrapa na surpresa e se
quebra em dor.
A vida em meio a ficção.
Ela, adormecida no afeto, não quer acordar.
Tem se apegado à família como uma fruta no pé.
Teme as mãos frias gulosas de outros seres.
Preserva o pomar de seu sangue.
Há milênios, ela acaricia a terra que fecunda.
Guarda as sombras e o pó, arando o sol.
Mas a chuva não chega fina.
O trovão derruba o tronco, o galho e a folha.
A raiz, sem brincar, se esconde.
Cala a voz e espera
Falta sopro, falta sede.
para perder o próprio nome.
Feito fantasmas
domingo, 24 de junho de 2007
Mundo animal
sábado, 16 de junho de 2007
Era uma vez
quinta-feira, 14 de junho de 2007
silêncios
desejo na ponta dos dedos.
Um custo alto em uma sociedade
financiada a dor.
Uma criatura escoando memórias
a garimpar luzes em meio a chuva
de uma semana.
O corpo unido ao cérebro de
um amor acuado
e cozido em prato.
O afeto represado em
folhas coloridas
no silêncio
do silêncio
de planos
mutilados
apartados
e sem fim.
quarta-feira, 13 de junho de 2007
Pernas para que te quero
sexta-feira, 8 de junho de 2007
De rua e cotidiano
quarta-feira, 6 de junho de 2007
About men and mice
sexta-feira, 1 de junho de 2007
Semi-vazia
quarta-feira, 30 de maio de 2007
Gota d'água
Já estanquei meu sangue quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Pro desfecho da festa
Por favor
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água.
Chico Buarque (1975)
terça-feira, 29 de maio de 2007
Longe de um hotel cinco estrelas
.
domingo, 27 de maio de 2007
Outros bens
quinta-feira, 24 de maio de 2007
Poema sem título e sem compaixão por uma amiga em dificuldades
Beijo da bípede!
Foi coberta por uma
Invisível poeira ao longo do tempo,
Partículas de angústias,
fragmentos de injustiças,
coágulos indissolúveis de
uma solidão sem fim.
E floresceu na menina,
Como quem floresce de
Fora para dentro, a absurda
Flor das entranhas.
Não uma flor orgânica,
inválida e retorcida.
Nasceu ali uma flor,
assim Lelena.
Por razões imprecisas,
Não pode ser tocada,
Não pode ser colhida,
Límpida flor que arde
Sozinha.
É dela que surge o soluço fora
De hora, o choro ácido,
O poema corrosivo.
Ninguém vai vestir a sua pele,
A página onde escreve
versos brutais.
Escreve na carne
o poema áspero de
uma queixa profunda,
de uma dor.
Assim Lelena.
Não de modo adequado,
quando cospe na
mão suspeita e caridosa,
e brinca com
a lógica dos malucos.
Se a poesia sangra,
é porque tem
Horror da palavra gasta,
um nojo Antigo.
de não dizer o indizível.
Da flor brota
a sensualidade esquisita
de não ser amor pungente.
Brota a tortura,
uma chuva de cinzas,
ou de comoventes pétalas
de paixão.
Um desejo febril de
vida jorra e conspira
contra a mecânica ancestral da
perversidade.
De uma flor exaurida,
assim Lelena, já vai
surgir uma nova, como
as cobras que se
livram da casca.
Uma assim Lelena,
Que respira e avança,
Determinada.
Porto Alegre 23 de maio de 2007.
Paulo Tiaraju
terça-feira, 22 de maio de 2007
Meu pequeno bípede e as gurias
Pro dia nascer feliz
sexta-feira, 18 de maio de 2007
A gente não ama o tempo inteiro
quinta-feira, 17 de maio de 2007
O direito de comprar sapatos
terça-feira, 15 de maio de 2007
Reconstrução
Minha querida Mariana
segunda-feira, 7 de maio de 2007
Recordações da casa dos vivos
sexta-feira, 4 de maio de 2007
Mas existe o homem?
" Como vive o homem,
se é certo que vive?
Que oculta na fronte?
E por que não conta
seu todo segredo
mesmo em tom esconso?
Por que mente o homem?
mente mente mente
desesperadamente?
Por que não se cala,
se a mentira fala
em tudo que sente?
Por que chora o homem?
Que choro compensa
o mal de ser homem?
Mas que dor é homem?
Homem como pode
descobrir que dói?
Há alma no homem?
E quem pôs na alma
algo que destrói?
Como sabe o homem
o que é a sua alma
e o que é a alma anônima?
Para que serve o homem?
Para estrumar flores,
para tecer contos?
Para servir o homem?
Para criar Deus?
Sabe Deus do homem?
E sabe o demônio?
Como quer o homem
ser destino, fonte?
Que milagre é o homem?
Que sonho, que sombra?
Mas existe o homem?"
quinta-feira, 3 de maio de 2007
Uma dor
uma dor sem fala, verso e
solitária.
Havia uma promessa
e a anti-festa.
Dançavam os soluços
em busca de novas células.
No meio do caminho tinha uma dor
absoluta
e de tão grande e séria
ela ardeu
ali, quieta, viva e
alerta.
Tão cibernético quanto patético
segunda-feira, 30 de abril de 2007
Eu não sou a noiva do Chucky
Eu não sou virtual.
Eu não sou fantoche de Deus,
seja ele cego ou capenga.
Meu filme favorito não é o show de Truman.
E eu odeio o Brilho eterno de uma mente sem lembranças.
O meu corpo quebra e
incha e
sangra e dói.
Os meus dias são irredimíveis
feito as mentiras que me contam.
Mas o meu cérebro é real
de massa cinzenta e branca e neurônios,
e ele trabalha
seja contra ou favor
porque sem ele
eu não sou eu.
sexta-feira, 27 de abril de 2007
quinta-feira, 26 de abril de 2007
Na curva da vida
quarta-feira, 25 de abril de 2007
Bipedices
a bípede folheia livros,
potes de pátria
e enganos.
Há o enterrado vivo,
locais onde não há mais casas
e também
uma dedicatória
de irmão.
Os outros não existem
ou não podem
saber quem são.
terça-feira, 24 de abril de 2007
Bicarbonato virtual
amigos.
A amizade
entrou em extinção
feito um urso
polar
e alemão.
O efeito estufa derreteu
os afetos
e a Internet caiu em um
buraco
sem teto.
A gente já nem tem
mais língua
ninguém mais sabe
o que é ser feliz.
O vírus da mentira
tornou-se mais
perigoso que o da
dengue.
Quem não tem um
cão
está perdido
porque a cama de teclado
vale mais que a de
colchão.
Rumor do Tráfego
a bípede feito chuva
escoa em silêncio e estranha a si.
Há nela uma solidão
sem vista para o mar.
Duas vezes,
ela se encerra antes do fim.
A bípede anda de táxi,
gargalha
e não ri.
Vendo passar os carros
recorda as horas
e, diante das cinzas,
canta entre por essa porta agora
e diga que me adora.
A bípede rega o volume
e espreita
a violência sem se decidir.
Ela não sabe mais
como pensar
em si.
sábado, 21 de abril de 2007
O tsunami de cada um
As ligações perigosas
sexta-feira, 20 de abril de 2007
O amor nos tempos de bípede - Parte 1
quinta-feira, 19 de abril de 2007
Irredimível
" O tempo presente e o tempo passado
Estão ambos talvez presentes no tempo futuro
E o tempo futuro contido no tempo passado.
Se todo o tempo é eternamente presente
Todo tempo é irredimível.
O que poderia ter sido é uma abstração
Que permanece, pérpetua possibilidade,
Num mundo apenas de especulação.
O que poderia ter sido e o que foi
Convergem para um só fim, que é sempre presente.
Ecoam passos na memória
Ao longo das galerias que não percorremos
Em direção a porta que jamais abrimos
Para o roseiral. Assim ecoam minhas palavras
Em tua lembrança.
Mas com que fim
Perturbam elas a poeira sobre uma taça de pétalas.
Não sei."
Assim falou T.S. Eliot em Burnt Norton.
Leituras a partir de 1 de janeiro de 2012
Leituras a partir de 1 de janeiro de 2011
2.Diário de um banana - Jeff Kinney
3. Poemas escolhidos, seleção de Vilma Arêas - Sophia de Mello Breyner Andresen
4. Oportunidade para um pequeno desespero - Franz Kafka
5. Venenos de Deus, remédios do Diabo - Mia Couto
6. Ventos do Apocalipse - Paulina Chiziane
7. Para gostar de ler - Contos Africanos
8. Vinte e zinco - Mia Couto
9. O Vendedor de passados - José Eduardo Agualusa
10. O Fazedor - Jorge Luís Borges
11. Terra Sonâmbula - Mia Couto
12. Barroco Tropical - José Eduardo Agualusa
13. Quem de nós - Mario Benedetti
14. O último voo do flamingo - Mia Couto
15. A carta de Pero Vaz de Caminha: o descobrimento do Brasil - Silvio Castro
16. Na berma de nenhuma estrada e outros contos - Mia Couto
17.O reino deste mundo - Alejo Carpentier
18. Como veias finas na terra - Paula Tavares
19. Baía dos Tigres - Pedro Rosa Mendes
20. O português que nos pariu - Angela Dutra de Menezes
21. Cem anos de solidão - Gabriel Garcia Marquez
22. Vermelho amargo - Bartolomeu Campos de Queirós
23. Meu tipo de garota - Buddhadeva Bose
24. Tradutor de Chuvas - Mia Couto
25. O livro das perguntas - Pablo Neruda
26. O fio das missangas - Mia Couto
27. Luka e o fogo da vida - Salman Rushdie
28. Pawana - J.M.G. Le Clézio
29. O africano - J.M.G. Le Clézio
30. O pescador de almas - Flamarion Silva
31. Um erro emocional - Cristovão Tezza
32. O amor, as mulheres e a vida - Mario Benedetti
33. A cidade e a infância - José Luandino Vieira
34. História do olho - Georges Bataille
35. Destino de bai- antologia de poesia inédita caboverdiana
36. O tigre de veludo- E. E. Cummings
37. Poesia Soviética - Seleção, tradução e notas de Lauro Machado Coelho
38. A cicatriz do ar - Jorge Fallorca
39. Refrão da fome - J.M.G. Le Clézio
40. As avós - Doris Lessing
41. Vozes Anoitecidas - Mia Couto
42. O livro dos guerrilheiros - José Luandino Vieira
43. Trabalhar cansa - Cesare Pavese
44. No teu deserto - Miguel Sousa Tavares
45. Uma canção para Renata Maria - Ediney Santana
46. Sete sonetos e um quarto - Manuel Alegre
47. Trópico de Capricórnio - Henry Miller
48. Sinais do Mar - Ana Maria Machado
49. Carta a D. - Andre Gorz
50. E se o Obama fosse africano? E outras interinvenções - Mia Couto
51. De A a X - John Berger
52. Diz-me a verdade acerca do amor - W.H. Auden
53. Poemas malditos, gozosos e devotos - Hilda Hilst
54. Outro tempo - W.H. Auden
55. nem sempre a lápis - Jorge Fallorca
56. Elvis&Madona - Luiz Biajoni
57. Budapeste - Chico Buarque
58. José - Rubem Fonseca
59. Axilas e outras histórias indecorosas - Rubem Fonseca
60. Instruções para salvar o mundo - Rosa Montero
61. A chuva de Maria - Martha Galrão
62. Rimas da vida e da morte - Amós Oz
63. Aqui nos encontramos - John Berger
64. Pensatempos textos de opinião - Mia Couto
65. Os verbos auxiliares do coração - Péter Esterházy
66. Cartas a um jovem poeta - Rainer Maria Rilke
67. A canção de amor e de morte do porta-estandarte Cristovão Rilke - Rainer Maria Rilke
68. Adultérios - Woody Allen
69. Quem me dera ser onda - Manuel Rui
70. Satolep - Vítor Ramil
71. Homem Comum - Philip Roth
72. O animal agonizante - Philip Roth
73. Paisagem com dromedário - Carola Saavedra
74. Não te deixarei morrer, David Crockett - Miguel Sousa Tavares
75. Orelhas de Aluguel - Deonísio da Silva
90. Uma mulher -Péter Esterházy
Leituras a partir de 19 de Julho de 2010
2. Nem mesmo os passarinhos tristes - Mayrant Gallo
3. Um mau começo - Lemony Snicket
4. Recordações de andar exausto - Mayrant Gallo
5. Ladrões de cadáveres - Patrícia Melo
6. O mar que a noite esconde - Aramis Ribeiro Costa
7. Há prendisajens com o xão - Ondjaki
8. E se amanhã o medo - Ondjaki
9. O último leitor - Ricardo Piglia
10. Par e ímpar - Tatiana Druck
11. Paris França - Gertrude Stein
12. Quirelas e cintilações - Luiz Coronel
13. AvóDezanove e o segredo do soviético - Ondjaki
14. Luaanda - José Luandino Vieira
15. Poemas para Antonio - Ângela Vilma
16. Estranhamentos - Mônica Menezes
17. A vida é sonho - Calderón
18. A varanda do Frangipani - Mia Couto
19. Um copo de cólera - Raduan Nassar
20. Antes de nascer o mundo - Mia Couto
21.Lavoura Arcaica - Raduan Nassar
22- Poemas da ciência de voar e da engenharia de ser - Eduardo White
23. Manual para amantes desesperados - Paula Tavares
24. Materiais para confecção de um espanador de tristezas - Ondjaki
25. Milagrário Pessoal - José Eduardo Agualusa
26. Felicidade e outros contos - Katherine Mansfield
27. Estórias abensonhadas - Mia Couto
28. Fábulas delicadas - Eliana Mara Chiossi
29. O Ulisses no Supermercado - José de Assis Freitas Filho
30. Cartas Exemplares - Gustave Flaubert
31. A Moça do pai - Vera Cardoni
32. Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra - Mia Couto
33. Dentro de mim faz sul seguido de Acto Sanguíneo - Ondjaki
34. Bonequinha de Luxo - Truman Capote
35. 125 Poemas - Joaquim Pessoa.